LIXO GERADO POR CHEIA NO RIO GRANDE DO SUL CHEGA A 47 MILHÕES DE TONELADAS
Quando a chuva termina e o nível das águas baixa, aparece um outro efeito da tragédia no Rio Grande do Sul: é preciso retirar toneladas e toneladas de detritos. O que se vê são restos de móveis, utensílios ou mesmo casas inteiras. Vai tudo embora, levando junto lembranças preciosas.
O Fantástico deste domingo (2) mostra o desafio de administrar essa quantidade monumental de resíduos. Segundo a pesquisa, a quantidade de lixo gerada na cheia que atingiu o Rio Grande do Sul é maior do que foi gerada na guerra na Faixa de Gaza.
Essa conta vem do estudo feito por pesquisadores da Universidade do Rio Grande do Sul e da ONU Meio Ambiente, mas ainda é preliminar. A previsão é de que a quantidade seja ainda maior.
Muitas áreas do Rio Grande do Sul permanecem alagadas. Onde já secou, as casas agora convivem com montanhas daquilo que não dá mais para aproveitar.
Na cidade de Canoas (RS), 70 mil residências foram afetadas. São 120 caminhões e 40 retroescavadeiras trabalhando diariamente na remoção do entulho, mas é um processo lento.
Pelas contas da prefeitura, em média o que sai de uma única casa enche um caminhão. Até agora, foram quase 4 mil viagens para uma área que só não está cheia porque ela serve como ponto de transferência para um aterro em Gravataí, a 30 quilômetros de distância.
Outro aterro sanitário em Gravataí recebe os resíduos que chegam de Porto Alegre. Na capital gaúcha, existem três áreas que servem para receber os caminhões de lixo enquanto 800 garis atuam nas ruas.
“Antes, a gente trabalhava de segunda a sábado. Agora, estamos de segunda a segunda, tocando direto. Está corrido, mas vai fazer o que? Tem que ajudar, não adianta”, diz o coletor de lixo Alexsandro Dias Capela Júnior, 21 anos.
Enquanto trabalha nas ruas recolhendo o lixo, a mulher de Alecsandro, a manicure Gabriela Rosa dos Santos, grávida de 5 meses, é quem limpa a casa. No dia em que a enchente chegou, a preocupação era salvar o que fosse possível do enxoval do bebê.
Fonte: G1.