PRODUTORES RURAIS FAZEM ATO DIA 4 PARA CLAMAR POR AJUDA PARA TRABALHAR APÓS A CATÁSTROFE

Produtores rurais de todo o Estado estão organizando para o que promete ser um ato histórico esta semana, reunindo dezenas de milhares de pessoas no Parque da Fenarroz, em Cachoeira do Sul. O objetivo do movimento SOS Agro RS, que se declara apartidário e acima de interesses político-partidários, é mostrar que o campo tem pressa por soluções para os prejuízos causados pelas cheias de maio e para as dívidas remanescentes das últimas temporadas afetadas pelas estiagens.
 
O grupo está convidando autoridades para ouvirem o pedido de socorro. O movimento tem expectativa, ainda não confirmada, da presença dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Pimenta (da Reconstrução), além de participação certa de deputados estaduais e federais e senadores. Nesta terça-feira, o grupo terá audiência com o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Clair Kuhn. “Vamos cobrar também a presença do governador Eduardo Leite”, diz Scheffer. Sindicatos rurais de diferentes regiões estão organizando caravanas para levar os agropecuaristas.
 
A diretoria da Federação da Agricultura do RS (Farsul) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) já confirmaram apoio. Também são esperados representantes de outras entidades representativas da agropecuária e de sindicatos rurais do Estado. O SOS Agro RS defende o engajamento pacífico e diz que não serão permitidas bandeiras no evento e nem bebidas alcoólicas.

A programação em Cachoeira do Sul terá palestras e discussões sobre os desafios e as perspectivas para o agro e diálogo com autoridades. Em manifesto replicado em grupos de whatsapp que contam com milhares de participantes, os produtores querem a oportunidade de expor suas necessidades. “O movimento buscará o compromisso das autoridades com medidas concretas que auxiliem na recuperação das áreas afetadas pelas intempéries e na retomada das atividades agrícolas” , diz o documento.

O ato em Cachoeira do Sul ocorrerá um dia após o lançamento do Plano Safra 2024/25, que deve ocorrer no dia 3. O atraso no anúncio também tem causado apreensão aos produtores rurais. O setor espera por um Plano Safra diferenciado para o Rio Grande do Sul em razão dos estragos causados pelas cheias., com perspectiva de alongamento dos prazos de pagamento do custeio e com aumento de recursos para seguro agrícola.

O movimento

Veja o manifesto que circula nas redes sociais:

“Nosso objetivo é o direito para os produtores, totalmente pacífico, buscando defender os produtores:

  1. Unindo os produtores rurais em uma frente unificada em prol dos interesses e direitos dos produtores da agricultura e pecuária e toda sua cadeia produtiva no estado do Rio Grande do Sul.
  2. Inclusão e representatividade – Todos os produtores, independentemente do porte ou especialização (seja na agricultura familiar, pequena, média, grande, do setor leiteiro, pecuária, orizicultura, uva, piscicultura, apicultura, soja, hortaliças, fruticultura, toda a cadeia produtiva, etc.), são essenciais e bem-vindos.
  3. Apartidarismo e foco no produtor – Nosso movimento é apartidário, sem uso de quaisquer bandeiras, centrado nos desafios e necessidades dos produtores, acima de quaisquer interesses políticos. Todo aquele que tiver interesse contrário, pedimos que se retire voluntariamente, e se, identificado, será retirado do grupo e responderá por quaisquer atitudes que não sejam as do objetivo do grupo. Buscamos aqui renegociação de dívidas que os produtores já vêm sofrendo primeiro com a seca dos últimos 3 anos e por último as chuvas que devastaram parte de nosso Estado. Se esse não for seu objetivo ou não concordar com estas regras pode se retirar do movimento SOS Agro RS.
  4. Apoio à Farsul – Comprometemos-nos integralmente com as demandas e propostas apresentadas pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).
  5. Defesa da agricultura e pecuária e de toda sua cadeia produtiva – Nossa missão é assegurar que as políticas públicas atendam efetivamente às demandas da agricultura e pecuária gaúcha, garantindo sua viabilidade e crescimento sustentável.
  6. Transparência e democracia – Todas as decisões do movimento serão tomadas de forma transparente e democrática, assegurando a participação igualitária de todos os membros.
  7. Mobilização responsável – Nosso engajamento será sempre pacífico e responsável, respeitando integralmente as leis e regulamentações vigentes.
  8. Diálogo e negociação – Priorizamos o diálogo contínuo com autoridades e instâncias pertinentes, buscando a negociação como principal meio de alcançar nossos objetivos.
  9. Respeito e solidariedade – Celebramos a diversidade de opiniões e experiências entre os produtores, promovendo um ambiente de respeito mútuo e solidariedade.
  10. Compromisso com o futuro – Assumimos o compromisso de trabalhar incansavelmente pelo futuro próspero da agricultura e pecuária no Rio Grande do Sul, garantindo sua sustentabilidade para as gerações vindouras.Queremos possibilitar a permanência dos agricultores no setor e assim contribuir para reerguer o Estado do Rio Grande do Sul.”
 
 
 
Fonte: Correio do Povo.
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