ENCHENTE AFETOU 334,4 MIL TRABALHADORES FORMAIS NO RS, DIZ LEVANTAMENTO DO IPEA.
Há casos, como Eldorado Do Sul, Muçum, Roca Sales e Sinimbu em que mais de 90% dos empregos com carteira assinada foram prejudicados durante o mês de maio. Em 16 cidades gaúchas, mais da metade dos CNPJs registrados ficou comprometida pela intempérie.
Segundo Cunha, em outra situação recorrente, em locais com mais concentração de pessoas e empresas, portanto com um peso econômico maior, a suspensão das atividades em decorrência dos alagamentos foi realidade para um terço das pessoas ativas no mercado de trabalho. Foi o que aconteceu, por exemplo, em Porto Alegre, onde 184.125 profissionais (38%) de 10.647 empresas (27,4%) sofreram os impactos.
— O agravante, eu diria, é que essas são regiões onde existe um impacto, um dano ambiental muito maior. Você tem uma área na qual você tem uma ocupação intensiva do solo, sem ter o adequado respeito aos padrões de proteção ambiental, de encosta, de cabeceira, de beira de rio, o que faz com que os impactos se multipliquem nas cidades mais populosas — comenta.
Estudo embasou programa de auxílio ao emprego
Antes de ser divulgada ao público na quarta-feira (3), conforme explica o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Alexandre Cunha,os dados foram repassados aos governos do Estado e Federal. No último caso, serviram de base para estabelecer os critérios de adesão ao programa de manutenção ao emprego, cuja meta é custear um salário mínimo por dois meses às empresas afetadas pela crise climática.
O auxílio foi lançado em 19 de junho, em uma das visitas do presidente Luz Inácio Lula da Silva ao Rio Grande do Sul. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 17,48 mil empresas solicitaram a adesão até 26 de junho. Até essa sexta-feira (5), a Dataprev deve terminar a análise dessas adesões.
— O que a gente sabe é a quantidade de empregos, de pessoas que foram impedidas de ir ao trabalho porque o lugar onde elas trabalhavam estava alagado, foi destruído por um deslizamento de terra. Esse é o limite da informação que a gente tem, porque sabemos a geolocalização pelo CNPJ, pelo endereço declarado, de todas as empresas e nós sabemos onde a água chegou. Portanto, a nota não é uma projeção, mas sim um dado consolidado — comenta.
Fonte: GZH.