ENCHENTE FEZ PRÉVIA DO PIB DO RS TER PIOR QUEDA EM DUAS DÉCADAS

Sem surpresas, a prévia do PIB gaúcho trouxe um tombo em maio, mês da enchente. O Índice de Atividade Econômica Regional do Rio Grande do Sul (IBCRRS) recuou 9% sobre abril. Foi o pior resultado da série histórica, iniciada em 2002. Sobre o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 3,9%. O indicador é calculado mensalmente pelo Banco Central. O Estado teve, claro, o maior recuo do país.
 
A principal pressão negativa veio da indústria, com um recuo gigante de 26,2%. Fábricas pararam por terem sido atingidas pela água ou por dificuldades logísticas. O varejo até vendeu mais, mas foi puxado pela corrida aos supermercados. O dado do setor de serviços ficou distorcido pela suspensão na cobrança dos pedágios, preço que é usado para deflacionar o índice. Mas o impacto aparecerá nos demais indicadores, como o PIB oficial. Hotéis, restaurantes e turismo em geral sentiram fortemente a tragédia.

A retomada começou já em junho, mas a dúvida agora é saber o quanto do que foi perdido será recuperado, pondera o economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank. O acumulado de 12 meses do IBCBR segue com crescimento, de 3,4%.

– A tendência é de que consigamos devolver parte. Junho foi marcado pela entrada de recursos do poder público para pessoas e empresas. Mas a questão é a sustentabilidade desta recuperação. Famílias não comprarão móveis, eletrodomésticos ou materiais de construção todos os meses. A ajuda do governo é importante para o movimento de rebote não ser um voo de galinha – comenta Frank.

A coluna tem alertado que as pressões não devem ser apenas para medidas de curto prazo, como a liberação imediata de dinheiro. É preciso dar segurança para pessoas e empresassobre o combate a novas enchentes, para que decidam reabrir lojas, reconstruir indústria e até uma família comprar ou não um imóvel em determinada cidade.

Em tempo, o PIB oficial é divulgado trimestralmente pelo IBGE. O indicador do Banco Central é mais ágil e usado como termômetro importante das economias estaduais e brasileira.

Fonte: GZH.

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