COLHEITA DA SOJA AVANÇA NO RS, MAS PERDA DE QUALIDADE CASTIGA AGRICULTOR

Os agricultores da Metade Sul que estavam com a soja por colher quando teve início a tragédia climática do Rio Grande do Sul trabalham como podem para tentar salvar as lavouras que resistiram à chuva de maio. Localizados em parte da região Central e, principalmente, no Extremo Sul, na Campanha e na Fronteira Oeste, eles aproveitam as janelas do clima para buscar grãos que ainda possam ser aproveitados na safra 2023/2024.
 
Mesmo com poucas chances de rentabilizar a produção, os sojicultores elevaram o percentual da área colhida de 85%, em 16 de maio, para 94% no último dia 30, conforme a Emater/RS-Ascar. Os desafios de realizar a operação em uma terra encharcada passam por atolamentos e problemas mecânicos nas colheitadeiras e vão até dificuldades em manter as plataformas de corte rentes ao solo. Também há grande perda na qualidade devido ao alto grau de umidade em grãos ardidos, brotados, podres e germinados.
 
O esforço segue para driblar os bloqueios nas estradas, com aumento dos custos operacionais e logísticos no envio das cargas para as unidades de secagem. As filas são extensas para descarregar os caminhões, que demoram a retornar às propriedades, onde são essenciais para a continuidade do processo.
 
Segundo a instituição, ainda há 125 mil hectares do grão por colher na região da Campanha, o que equivale a 37% da área cultivada. “Em Bagé, as cerealistas rejeitam soja com umidade acima de 25% devido à capacidade limitada de secagem, o que tem refletido em longas filas e na paralisação do recebimento”, detalha o último informativo conjuntural da agência. Já na Fronteira Oeste há cerca de 130 mil hectares (17% da área) para serem finalizados.
 
No Extremo Sul do Estado, 64% da safra da oleaginosa foi concluída. No entanto, o tráfego de máquinas continua impossibilitado devido à continuidade da chuva e muitas lavouras permanecem alagadas. Em municípios como Santa Vitória do Palmar, por exemplo, ainda há plantações alagadas e o índice de perdas leva muitos agricultores a desistir da colheita
 
 
Fonte: Correio do Povo.
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