CRISE DOS DIVIDENDOS DA PETROBRAS.
A Petrobras perdeu, na última semana, R$ 56 bilhões em valor de mercado depois de anunciar a não distribuição de dividendos extraordinários que eram aguardados por acionistas. As desconfianças do mercado sobre a gestão da estatal aumentaram porque, na segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma entrevista em que defendia uma redução nos repasses.
Entenda:
– Dividendos são a remuneração dos acionistas, quando a empresa tem lucros.
– Decisão da Petrobras de não distribuir os dividendos é o equivalente a não repartir os lucros com seus sócios.
– Os recursos obtidos de lucro são extraordinários e não são obrigatórios de serem divididos.
– Ainda que amparada na legislação, a decisão é fruto de embate no conselho de administração da empresa.
– Sem a distribuição, o dinheiro da estatal deve ficar em caixa para possíveis investimentos.
– A consequência é a diminuição da perspectiva, por parte do investidor, de obtenção de retorno com a companhia.
– A tendência, portanto, é que seja ampliada a venda de ações, ocasionando a queda de valor no mercado.
– Outra consequência é que o governo federal, como acionista de 50% da estatal, deixará de receber recursos, diminuindo o resultado fiscal e dificultando o equilíbrio de contas públicas.
– Reduz ainda a credibilidade da bolsa de valores, como instrumento de investimento para o grande público.
Bolsa de valores e reflexo em empresas:
Na semana passada, as ações fecharam em baixa de 10,5%. No entanto, nesta terça-feira, houve leve recuperação, com alta de 3,28% nas ações preferenciais. A diretoria da Petrobras havia enviado ao Conselho de Administração proposta para pagar 50% dos dividendos extraordinários e reter os demais 50%. Porém, o conselho decidiu propor a retenção de todo o valor extraordinário em um fundo de reserva que, segundo o estatuto da própria companhia, deve ser usado para remunerar os acionistas ou, caso necessário, para cobrir possíveis prejuízos.
Fonte: Correio do Povo