FINANCIAMENTO DE IMÓVEIS COM DINHEIRO DO FGTS DISPARA NO RS, E VENDA COM RECURSO DA POUPANÇA SEGUE CAINDO
No total, os financiamentos imobiliários tiveram alta de 16,14% no Rio Grande do Sul no primeiro semestre sobre o mesmo período do ano passado, atingindo R$ 8,13 bilhões. Porém, os dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RS (Sinduscon-RS) apontam que o comportamento foi diferente conforme a fonte do recurso para a compra da casa própria.
Pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), foram R$ 4,12 bilhões, alta fortíssima de 57%. Nesta categoria, entram os projetos do Minha Casa Minha Vida, programa do governo que teve parâmetros atualizados, estimulando vendas e o segmento que movimenta na construção, observou à coluna o presidente do Sinduscon-RS, Claudio Teitelbaum.
Já financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) seguem caindo, pois há menos recursos na caderneta com os saques superando os depósitos há bastante tempo. No Rio Grande do Sul, estas operações atingiram R$ 4,01 bilhões, uma queda de 8,24%.
Além do valor somado dos financiamentos, o número de unidades também aumentou no total. No primeiro semestre de 2024, foram 35.026 moradias, contra 32.790 do mesmo período de 2023. Assim como no comparativo financeiro, houve menos empréstimos com recurso da poupança e mais com dinheiro do FGTS.
Luzes
Na conversa com a coluna, Teitelbaum comemora o resultado do Minha Casa Minha Vida e explica que certamente terá impacto no avanço de mercado das construtoras deste segmento. Também confirma que o setor se aquece com a reconstrução do Estado, o que a própria Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) pontuou como motivo para avanço do PIB nacional da construção em 2024.
Sombras
Por outro lado, o presidente do Sinduscon-RS segue preocupado com outras formas de “funding” de empréstimos para compensar a perda da poupança, com o aumento de preços pela alta de impostos sobre o setor — que será provocada pela reforma tributária, de 4% para 8%, diz ele — e com a taxa de juro brasileira, que deveria ter caído para um dígito em 2024, mas fala-se até no risco de o Banco Central voltar a subi-la.
Fonte: GZH.