FINANCIAMENTOS DO MINHA CASA MINHA VIDA TÊM ALTA DE 55% EM SEIS MESES E ATINGEM R$ 3,1 BILHÕES NO ESTADO
Isso acontece, conforme explica o diretor de Habitação Social do Sinduscon-RS, Ricardo Prada, porque além da necessidade de reconstrução de moradias em mais de 400 municípios gaúchos atingidos pela enchente, o mercado está atento a outros fatores responsáveis por aquecer a demanda.
Um é o fluxo migratório de pessoas afetadas pela tragédia de maio para cidades próximas e menos afetadas. Outro, diz respeito à reacomodação de pessoas desabrigadas e que residiam em locais irregulares.
Existem ainda quatro portarias do governo federal que começam a regrar o programa de reconstrução de moradias, cuja meta é repor residências, no valor de até R$ 200 mil, para cerca de 20 mil pessoas no Estado.
Em uma das modalidades previstas, abre-se a possibilidade para que o governo custeie as unidades direto na planta de habilitados conforme requisitos, pagando inclusive bônus por celeridade nas entregas. Esse elemento já gera corrida para aquisição de terrenos que contemplem a uma série de critérios – o principal é a segurança quanto à exposição a zonas já alagadas.
De acordo com Prada, a demanda é tamanha, que já surgem temores quanto à capacidade de captação de recursos para investimento, o chamado funding. Ele explica: desde setembro do ano passado, quando houve a primeira tragédia, mais restrita ao Vale do Taquari, teve início a demanda ampliada por novas moradias. O fato também ajuda a entender o crescimento do Estado acima da média nacional até junho.
Agora, com os eventos de maio, o cenário ganha novas proporções:
— Eu vou dar um exemplo simples: (moradores de) Eldorado (do Sul) foi (foram) para Guaíba. Parte de Canoas foi pra Cachoeirinha. São dois movimentos que a gente viu claramente de busca por habitações que cresceram absurdamente entre maio e junho, período em que estão referenciados os dados. Tenho certeza de que esse movimento e outros aparecerão de maneira ainda mais evidente até o fechamento do ano.
Antecipação de lançamentos
Prada, que também é diretor comercial da Vasco Construtora, conta que a estratégia da empresa para os últimos três anos previa 25% de crescimento escalonado no período. Em 2024, a meta inicial, que já era mais agressiva, deverá fechar entre 10% e 15%.
Em razão da nova conjuntura do mercado, ele afirma que foi necessário antecipar para este ano a entrega de cerca de mil unidades habitacionais que seriam lançadas em 2025, em dois projetos residenciais, em Viamão e em Porto Alegre.
Fonte: GZH.