Municípios do Vale do Taquari enfrentam grandes alagamentos

O Vale do Taquari enfrenta grandes transtornos desde a segunda-feira (4) devido aos estragos causados pela chuva. Para fugir dos alagamentos, moradores da região têm aguardado resgate em cima de telhados ou nos forros das casas. Conforme relatos de unidades municipais da Defesa Civil, bombeiros realizam o trabalho de auxílio a atingidos, mas houve dificuldade de acesso durante a madrugada desta terça-feira devido à escuridão e à forte correnteza do Rio Taquari.
Em Roca Sales, o coordenador da Defesa Civil municipal, Silvinho Zart, descreveu a situação como de “desespero total”.
— A cidade está virada em gritos de pessoas pedindo por socorro — conta.
O município ainda não possui um levantamento oficial de ilhados. Mas conforme relato de Zart, grande parte da cidade está embaixo d’água e sem energia elétrica. Estruturas do município, como ginásios e salão paroquial, receberam alguns resgatados. O coordenador municipal conta que os problemas começaram a ser maiores a partir das 17h30min de segunda.
Em entrevista à Rádio Gaúcha no início da madrugada desta terça, o prefeito de Roca Sales, Amilton Fontana, estimou que pelo menos 50% do município teria sido afetado. Ele relatou que entre 40 e 50 pessoas aguardavam resgate em cima de telhados ou nos forros das casas, por exemplo.
Já em Muçum, a Defesa Civil municipal calculou que cerca de 80% da cidade estivesse embaixo d’água na noite desta segunda. De acordo com o órgão, centenas se abrigaram nos telhados de suas casas para fugir da cheia. Em entrevista à Rádio Gaúcha no início da madrugada desta terça, o prefeito, Mateus Giovanoni Trojan, estimou aproximadamente 50 pontos com pessoas ilhadas, destacando que não há informações sobre quantas estão em cada um.
Em Encantado, a falta praticamente geral de luz foi relatada pelo coordenador da Defesa Civil municipal, Roberto Pretto. Ele afirma, ainda, que há muitas pessoas pedindo socorro em localidades como Vila Moça, Navegantes, Jacarezinho e Porto Quinze. Os bombeiros enfrentaram dificuldades no resgate por conta da escuridão, por não conhecer o caminho, tomado pela água, e também por não conseguir enxergar a correnteza. Há pessoas já resgatadas no parque de exposições da cidade, segundo Pretto, mas ainda não há um levantamento oficial divulgado. Na descrição do coordenador, “grande parte da cidade está embaixo d’água”.
— Essa enchente foi superior a de 2020, que tinha sido muito grande — relembra.
Segundo o prefeito de Encantado, Jonas Calvi, que falou à Rádio Gaúcha no início da madrugada de terça, há “com certeza, mais de 100 pessoas ilhadas”. A situação é “muito complicada” em vários bairros. Só na localidade de Jacarezinho, o prefeito estima cerca de 20 pessoas ilhadas em um condomínio.
Arroio do Meio teve as principais ruas invadidas pela água. As aulas foram suspensas. O nível da água subiu cerca de 50 centímetros, de acordo com medições dos habitantes. Muitos locais da cidade estão ilhados e com água até o telhado.
— Me pegou desprevenido, não acreditava que fosse estar tão alto o nível da água. Não tenho como chegar em casa — afirmou um morador do bairro Bela Vista.
Os estragos causados pelo volume de água também estão impedindo o acesso à cidade, pela RS-130. No trecho que liga Arroio do Meio aos municípios de Palmas e Roca Sales, um caminhão está quase inteiramente submerso pelo nível da água.
Esse é um dos diversos pontos de rodovias estaduais e federais com bloqueiopelo Rio Grande do Sul, causado pela intensa chuva e suas consequências. A RS-129, principal acesso a Muçum, é também uma das vias bloqueadas, deixando a cidade de Muçum ilhada.
Fonte: GZH

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