NA REGIÃO DA SERRA GAÚCHA, TEM AUMENTO NO NÚMERO DE MORTES VIOLENTAS EM FEVEREIRO.

A Serra foi na contramão do Estado em fevereiro nos indicadores de criminalidade. A região registrou um aumento de 8% nas mortes violentas em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 27 assassinatos, dois a mais do que em 2023. No Estado, ao contrário, a queda foi de 7%, passando de 163 casos no ano passado para 151 este ano. Caxias do Sul e Garibaldi apresentaram as maiores elevações. O maior município da região registrou 15 crimes, contra 12 em 2023 — uma elevação de 25%. Já em Garibaldi foram três em 2024 e nenhum no ano passado. Os dados foram divulgado pelo Governo do Estado nesta terça-feira (5).

O delegado regional da Polícia Civil de Caxias do Sul, Augusto Cavalheiro Neto, explica que esse aumento foi pontual e ocasionado por brigas entre grupos criminosos.

— Não podemos negar que fevereiro foi um mês pesado em Caxias. Contudo, os crimes de homicídios com envolvimento de facções criminosas já estagnaram. No dia 14 de fevereiro foi o último e voltou a ocorrer um na noite de ontem (4 de março). Ou seja, passamos 18 dias sem homicídios. Na segunda quinzena, esse tipo de crime foi relacionado a brigas e em uma situação extra conjugal, situações do cotidiano, assim podemos dizer.

Operações Cerco Fechado e Hades

Cavalheiro explica que em janeiro a Polícia Civil já havia percebido esse incremento nos números. Por isso, foram iniciadas ações de combate, com aumento do efetivo nas ruas. Foram feitas revistas periódicas nos presídios, identificação de lideranças e as transferências deles. Além disso, houve recaptura de foragidos, especialmente por tráfico, roubo e homicídios. Além disso, a Polícia Civil realizou a Operação Hades, em três fases. No período de 15 de janeiro até o começo de março, 85 pessoas foram detidas.

— Nesse número há pessoas ligadas direta e indiretamente aos homicídios, desde os investigados com participação direta quanto os integrantes dos grupos que praticam atividades de apoio, como tráfico, capitalização de recursos, entre outros. A maioria é homem, mas a participação da mulher vem crescendo no tráfico, que é a principal motivação para a disputa entre as facções.

Durante as operações, 10 agentes de Porto Alegre estiveram em Caxias, sendo quatro da Delegacia de Capturas (Decap) e seis da Delegacia de Homicídios (DPHPP). Todos os agentes foram realocados em outras cidades, já que a demanda em Caxias estagnou na segunda quinzena de fevereiro. A expectativa do delegado é que em março haja uma redução nos números. Segundo Cavalheiro, a média de Caxias é oito homicídios por mês.

Em paralelo às ações realizadas pela Polícia Civil, a Brigada Militar também realizou a Operação Cerco Fechado. Segundo dados divulgados pela BM, do dia 15 de janeiro a 4 de março, 196 pessoas foram presas em flagrante. Destas, 45 eram foragidas. Além disso, 14 menores de idade foram apreendidos. A operação teve 62 fases e 40 armas de fogo foram retiradas das ruas da cidade.

O comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar, Ricardo Vargas, avalia a operação de forma positiva.

— Em contraste com a primeira quinzena, quando houve 12 vítimas de crimes violentos letais e intencionais, no período da operação foram três vítimas e nenhuma possuía envolvimento com o tráfico. Durante o decorrer da operação tivemos 11 dias sem homicídios em Caxias do Sul — detalha Vargas.

Na tarde desta terça-feira (5) haverá uma reunião entre as forças de segurança de Caxias, na sede do 12º Batalhão, para avaliar as novas metas e ações em março.

 

Fonte: Correio do Povo.

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