Pedidos diários para transferência de pacientes entre hospitais do RS aumentam 25% na comparação com 2022

O sofrimento de esperar por um leito de hospital no Rio Grande do Sul tem afetado cada vez mais pessoas. O Gerint, que é o sistema de regulação de internações da Secretaria Estadual de Saúde (SES), registrou uma média de 800 solicitações diárias de transferência entre hospitais nos seis primeiros meses de 2023. No mesmo período do ano passado, a média diária ficou em 639, conforme dados do Departamento de Regulação Estadual.

O diretor do Departamento de Regulação Estadual, Eduardo Elsade, afirma que há um crise no sistema de saúde nacional, que impacta no fluxo de transferência. De acordo com ele, o país vive um “rebote da pandemia”.

— Muitos atendimentos de câncer e de problema vascular deixaram de ser realizados durante a pandemia. Temos o aumento de problemas vasculares, AVC, infarto, trombose, embolias. Todos os dias vemos isso. Aumentaram (os problemas) e diminuiu a faixa etária — comenta Elsade.

Na terça-feira (15), dos cerca de 800 pacientes que estavam na lista do Gerint, 190 aguardavam transferência para realização de algum procedimentos na área da cardiologia, por exemplo.

Questionado sobre a falta de leitos no Rio Grande do Sul, Elsade explica que a maior necessidade se dá por leitos acompanhados de equipes para cirurgias e procedimentos de alta complexidade. Para ele, não é um debate sobre números, mas capacidade de atendimento. Além disso, o gestor acrescenta que dificuldades no financiamento federal também levam à falta de equipes e leitos para algumas especialidades.

— Existe falta de leitos com equipes de cirurgia de neuro, de alta complexidade de cardiologia, de habilitação em oncologia ou pediatria de alta complexidade. Leitos, de um modo geral, com hospitais com pouca estrutura de atendimento, esses não faltam.

Sistema mediador

Em uso pela SES desde 2019 e com atuação em leitos do Sistema Único de Saúde (SUS), o Gerint é o sistema digital responsável por gerir o acesso de pacientes a vagas em hospitais gaúchos e distribuí-los entre municípios. Para isso, uma equipe de médicos reguladores analisa as informações do paciente e seleciona qual é a instituição com mais condições de recebê-lo.

Fatores como risco de vida, doença, tempo de espera pela vaga, ordens judiciais e a estrutura de diagnóstico e de tratamento disponível no chamado “hospital executante” (aquele que receberá o paciente) são analisados. Quem decide aceitar ou não o paciente é o hospital executante.

— A fila de espera do Gerint é técnica. Não é cronológica, não tem ordem, não tem número. Ela tem critérios de prioridade conforme necessidade de tratamento. Às vezes, o paciente que entrou nesse segundo pode virar prioridade sobre toda a fila — diz Elsade, questionado sobre a falta de prazos ou outras informações repassadas a quem aguarda por uma vaga.

Fonte: GZH.

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