Produtores de leite ampliam a pressão em Brasília e cobram medidas de apoio do governo federal

Depois de fechar fronteiras e participar de diversas reuniões políticas, os produtores de leite pretendem aumentar a pressão sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir desta semana. O objetivo é conseguir apoio imediato ao setor por meio de renegociação de dívidas, de subsídios à produção e da rastreabilidade dos lácteos importados.

“As medidas anunciadas até agora pelo governo são importantes, mas são paliativas e estão longe de resolver o problema. A compra de leite em pó pela Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), de R$ 100 milhões, permite a aquisilção de 1,8 mil toneladas de leite, mas, só em junho, entraram 20 mil toneladas no Brasil”, afirma o vice-presidente da Fetag-RS, Eugênio Zanetti. “Estamos pedindo que haja uma maneira de regular a entrada de leite no nosso país e, neste momento, não tem outra alternativa a não ser o subsídio”, pontua.

A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) estima que, se mantido o ritmo atual de importações, o ano de 2023 deve fechar com as compras brasileiras de leite e lácteos na casa dos 2,2 bilhões de litros. Segundo a CNA, de janeiro a setembro, o país importou cerca de 1,6 bilhão de litros, ou seja, 90% a mais que no mesmo período de 2022. “O Rio Grande do Sul produz 11 milhões de litros/dia e essa projeção de 2,2 bilhões de litros daria 220 dias da produção gaúcha”, compara Zanetti. Conforme o dirigente, o Brasil produz em torno de 3% a menos daquilo que consome e ainda é dependente de importações. “Mas o país deveria incentivar a produção local ou comprar os 3% que faltam”.

Dados do primeiro semestre deste ano, de acordo com a confederação, mostram que o produto importado representou 10% do volume de leite consumido no Brasil, frente a uma média histórica de até 4% do total captado no país.

Fonte: Correio do Povo.
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