Rio Grande do Sul registra 50 mil casos de estelionato em sete meses

No fim de fevereiro deste ano, o luthier Pedro Porto, 58 anos, de Caçapava do Sul, na região central do Rio Grande do Sul, viu um anúncio na internet de um violão. O produto era vendido por R$ 100. O valor, abaixo do esperado, despertou a atenção e certa desconfiança, mas o músico, especializado em fabricar e consertar instrumentos, decidiu arriscar. O receio se concretizou e o item nunca foi recebido. De janeiro a julho, 50 mil gaúchos passaram por situações semelhantes e foram vítimas de estelionato. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública do Estado.

Os casos de estelionatos registrados nos primeiros sete meses deste ano caíram 11,1% – de 56,4 mil para 50,1 mil. Assim como no ano passado, o mês de março foi o que teve o maior número de registros de golpes, com 8 mil casos. Já o mês de julho teve o menor número de fatos comunicados à polícia.

Apesar de o número de golpes ter caído no RS ao longo dos primeiros sete meses do ano — em comparação com o mesmo período de 2022 — o total ainda é alto. Em média, foram 236 casos comunicados por dia à polícia. Isso contabilizando somente aquelas trapaças que chegaram ao conhecimento das autoridades. Nos estelionatos, assim como em outros crimes, a subnotificação não é incomum. Por vezes, as vítimas deixam de registrar o crime, seja por descrédito de que o valor será recuperado, ou mesmo por culpa ou vergonha.

No caso do luthier, o prejuízo foi de R$ 150, pois, além do produto, ainda foi cobrado o envio do violão. Porto chegou a ser alertado por familiares, que desconfiaram do baixo valor, mas decidiu arriscar. Criar ofertas que pareçam imperdíveis é justamente uma das estratégias dos golpistas para fisgar as vítimas. Ao clicar no anúncio, ele foi redirecionado para uma página falsa, semelhante a outra de compra e venda de produtos.

 

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