Produtores derramam “leite” em rodovia como forma de protesto aos baixos preços no RS

Agricultores familiares interditaram parcialmente a RS-158, nesta quarta-feira, em protesto ao preço do litro de leite praticado no Estado. Com argumento de que estão recebendo até R$ 1,04/litro – enquanto o custo de produção supera os R$2/litro -, o grupo liderado pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) espalhou um composto líquido que simulou leite no principal trevo de acesso a Frederico Westphalen. Objetivo foi chamar a atenção das autoridades para a crise do setor leiteiro gaúcho devido à elevação de mais de 200% na importação de lácteos dos países do Mercosul desde 2022.

O ato realizado pouco depois do meio-dia sucedeu uma caminhada que começou por volta das 9h da manhã, com a concentração dos agricultores no Parque de Exposições Monsenhor Vitor Batistella, no município. Conforme o vice-presidente da Fetag-RS, Eugênio Zanetti, os produtores estão “indignados” com a demora do governo federal em anunciar medidas de apoio à atividade. “Derramar o ‘leite’ na avenida foi uma forma de o produtor mostrar que o produto dele ‘não está valendo mais nada’. Vender pelo preço que está sendo pago e jogar na sarjeta é quase a mesma coisa”, afirmou Zanetti.

O movimento se encerrou por volta das 14h e reuniu cerca de 700 pessoas, segundo a Fetag. As ações contaram com o planejamento das regional sindical do Médio e Alto Uruguai e com o apoio das regionais sindicais de Três Passos e da Macrorregional Missões Fronteira Noroeste.

Os produtores de leite aguardam, para esta quinta-feira, a confirmação de uma reunião com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para tratar sobre o tema e cobrar rápidas ações federais de apoio. O chefe da pasta desembarcará no Estado com uma comitiva ministerial e bancos para visitar as áreas atingidas pela enchente do início de setembro no Estado.

De acordo com a Fetag, se os pedidos do campo não forem atendidas, novas manifestações devem ocorrer na segunda metade do mês de outubro. Além de atos no Rio Grande do Sul, a entidade anuncia mobilizações no Paraná e em Santa Catarina e a possibilidade de interditar fronteiras com países do Mercosul.

 

Fonte: Correio do Povo

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